quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Protesto de um poeta

Sentimento mudo.
Sentimento puro.
Puro ardor, mas não guarda rancor.

Sentimento alheio
que não guarda receio.
Vive por viver, sem prazer.
Não alegra em crer, que possa amar.

Há razão, sem emoção.
é falso mas as vezes sincero
é bobo é tolo
é amável, mas também inganável.

Nunca acredites em tudo que vê,
pois não tem jeito de ser.

É esperança é vingança
é morte é vida
é maturo é imaturo
é alegre mas é triste.

É inegavelmente vida
porque não tem medo de consolo,
alegria de não viver o sonho,
quase se sobrepondo do seu  modo de ser.
Solidão mansa que descansa no desprezo de ser.

Um dia cruel, ás vezes como vil,
aos barros sem amassos,
apenas ele, feito ele,
porque não sabe chorar, talvez nem rir,
se magoa atoa, mas se liberta
é triste é bobo.

Sofrimento inútil.
Não os dão atenção.
Tristeza bem triste.
Alegria invejável,
só a tem com outras pessoas
por quê?

Talvez eles pensem e criticam:
- Que poeta é esse?
- Que só sabe falar de si próprio.
- Seus poemas são todos iguais.

Mas por quê?

Sendo que todos os poemas
só querem expressar a vida , o choro, a alegria.
Cada um fala de uma coisa
e expressa coisas diferentes.

Pois quem não ama e não é alegre,
nunca entenderá.

O valor de um ser.
O valor da vida.
E o mais importante,
O seu próprio valor.

Reinaldo da Silva dos Santos
Noite de 16 de outubro de 1996.

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