segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O papel e o poeta

O papel não é puro
ele é simplesmente mudo
não diz nada, só sente
uma coisa que nunca mente
porque é sincero,
não fala sério
não faz graça
nem desgraça
não inveja
e não é invejado
não ama
e não é amado
é apenas um nimbo,
que se jogarem pro auto
cai limpo
até virem e pisar nele,
como poeta ele
se sentirá sujo
pelas críticas de um crítico mudo
mas quem são eles para criticar
se ele só quer expressar
os sentimentos da vida
com os seus últimos suspiros ainda.
O Poeta ama
mas não é amado
somente desprezado,
não tem direito de falar
só de expressar
será porque eles não enxergam?
Pobres, não sabem amar
amar a arte da alegria
a alegria que o poeta expressa
pobres, só pobres críticos
sentem e  dizem que amam
quem sou para ti amar
se só tenho alegria e rancor no meu coração.
Por não amar
ás vezes me alegro
mas também ofendo
por não saber me controlar.
Se um dia me perguntarem
por que sou poeta
peço a essa pessoa que se cale
para não dizer mais nada,
porque todos sofrem
mas no fundo não sabem de nada.
Porque as vezes o amor é como um papel,
que você pega e rasga,
como se não tivesse valor, sentindo, nada.
Porque para ser poeta não é
preciso escrever em rimas
é ser que nem um papel
ser ele mesmo,
sentir e não sentir,
porque se você perder o gosto da vida
simplesmente vira nada e acaba se queimando
por mãos dos seus próprios entes queridos.
Por isso:
Seja como um papel mesmo que ridículo, mais seja você mesmo.

Reinaldo da Silva dos Santos
Noite de 29 de agosto de 1996.

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