quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Considerações de um sonhador que viu a realidade por um segundo...


"Amar o perdido 
deixa confundido 
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
 apelo do não."

 Memória - Carlos Drummond de Andrade
                                                                                     


Tapetes da vida...
Aprendo a olhá-los como pedras pontiagudas que aprendemos a pisar.
Quanto tempo de reflexão e de vida, para tapas que nos mostram a cada dia que esta vida é sonhos de poucos e desilusões de muitos.
Os sonhadores aprenderam a edificarem castelos quixotescos.
Os insensíveis e verdadeiros vilões continuam a se beneficiar e crescerem por crescerem, não contribuem para nada no mundo a não ser para seus próprios benefícios.
Enquanto nós? 
Nos decepcionamos achando e lógico vivendo na esperança de dias melhores...Normal é este nossa mola motora, vivermos de esperança e sonhos, até que um dia acreditamos em alguém. 
Alguém??? Alguém são alicerces de vida aonde depositamos nossos sonhos e como último sopro de vida queremos salvação e como qualquer sonho desesperado que se perde sentido  no meio do caminho nos apegamos  a ele. 
Por pura ironia e contra o apelo do não, não queremos acreditar...Perdas não. Não fomos criados para  as perdas. Não fomos criados para o não.
?
Sim  podemos crescer, devemos crescer, somos homens e mulheres do futuro...
Coração, sentimento...O que?
Que bobagem...
Nas rodas da vida o coração é um ser de segundo plano, mas no travesseiro se torna companheiro incondicional:
Que nos ouve, no silêncio de nosso ser.
Vejo silêncios, sorrisos e alegrias. Nos adoentamos a cada momento...
Beleza, força, esteriótipos. Assim construímos nosso mundo.
Aqui, ou em qualquer cidade do mundo...Me vejo naquelas pessoas na ruas, viadutos e cantos desta cidade...E penso o que lhes fizeram para pararem ali. 
Falta de uma palavra, ou ausência de uma palavra?
Sabe porque... A ausência de uma palavra, gesto ou ação de confiança. Ditam indiferenças.
Dizer que é culpa da vida é fácil... 
Para o progresso e crescimento da vida pessoal e profissional não existe obstáculos para o simples apelo de não...
Ouviremos os "nãos" de nossas vidas...
Cuidamos do externo e números, racionalidade da vida...E deixamos morrer nosso interior...
É tempo de Renascer...

Reinaldo S.S.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Palavra

Neste ano tive a oportunidade de criar este blog, na intenção de que minhas palavras pudessem de alguma forma levar as pessoas as reflexões. 
Recebi de forma direta e "indireta" muitas palavras amigas de força e muitas "outras palavras" de pessoas que levaram tudo para o lado pessoal, que não entenderam o significado das palavras que eu havia escrito...
Como se eu fosse o dono das palavras.

A cada dia tenho mais certeza que não sou o dono das palavras.
Percebo o quanto tem muitas pessoas que não dão valor a elas, o seu poder, e o que os outros nos dizem.

Portanto minhas lacunas(espaços de tempos em que deixo de postar poemas e textos neste blog, poemas que não foram publicados, que eu fiz a mais de 15 anos, que só esperam ser corroídos pelo tempo e pelas traças, guardados na gaveta de meu quarto, que também representa esta lacuna, esta minha fuga do mundo, nos momentos de profunda tristeza, mágoa e angústia). 
Esta lacuna? São ausência das minhas palavras.

Ausência de palavra, e pensar que Clarice Lispector  disse certa vez que:
 " A palavra é meu domínio sobre mundo".

Este semestre tive contato com este poema do Poeta Português Mário Cesariny, no dia confesso a vocês que  minha alma e meus olhos se encheram de lágrimas e  eu o defini nestas palavras "como um dos maiores poemas que eu li e ouvi em minha vida". Porque? Não achei palavras para difenilo...Porque??? Não sei...
"Não! Eu sou o que você vê? Afinal como o mundo me vê?"

R.S.S.

You are welcome to elsinore

"Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte   violar-nos   tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas   portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita

Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar"

Mário Cesariny (1923- 2006)



segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

"Não pergunte qual é o problema de alguém, quando na verdade você pode ser a solução para todos os problemas".

R.S.S




segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Advento

As vezes nas desilusões de nossos sentimentos
procuramos respostas nas mais diversas perguntas.
Puro enigma do tempo,
um tempo que se faz agora aqui no presente 
no momento em que lê estas palavras.
'As palavras vieram em forma de poesia nestes últimos poemas postados.'
Talvez agora fim de mais um ano, 
seja hora de engajarmos nossos sentimentos
em propostas reais, que não se limitem apenas ao interior de um,
mais um coletivo que nasce no coração de cada um de nós.
A poesia para...? 
Não.

A poesia é a vida
a vida é a paixão.
Então porque não vivermos 
a cada dia com paixão, e
que esta paixão transforme em amor
a cada esquina do mundo.


Quando eu olho nos seus olhos
eu vejo o passado, o presente e o futuro.
Porém me questiono:
Quem sou eu de verdade.
Quem serei eu de verdade.

Palavra...Silêncio do mundo.
" Às vezes precisamos ouvir o silêncio"

Reinaldo da Silva dos Santos.
05/12/2011















quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cansaço ou desespero?

Do que adiantaria eu agora.
Gritar teu nome, e pelas ruas das cidades
Sair correndo em tua busca.

Como te buscar, se estas fechada
nos calabouços dos seus quartos dos teus próprios medos.

Vícios, razões, ignorância, hora e lugar...

Por favor! Me de a sua chave.
Quero sair do seu mundo...

Saudades da infância...
Aonde meu olhar não tinhas grades
Aonde eu já te alcançava...
Só de pensar em você em um futuro...
nos meus braços...
Depois do amor,
...Silêncios do mundo...

Reinaldo da Silva dos Santos
30/11/2011                                         

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Impossível...

Hoje percebi a impossibilidade de te amar,
querer teus lábios
teu hálito
teu cheiro
teu corpo
teus olhos
teus sorrisos.
Não é amor...
É paixão...
Corpo, carne, alma.

Nosso amor nasce entre a
intersecção da paixão e da morte.

Reinaldo da Silva dos Santos
28/11/2011

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Indiferenças

“O mundo tem sempre resposta para tudo.

  Porém esta surdo para suas principais perguntas e
  questionamentos interiores no coração de cada homem”.

                                                                             R.S.S.

Palavras...


Resumo de tudo sempre que olho para você
e vejo o silêncio da coisas que deixamos de dizer...

Você olha o mundo indiferente.
O mundo olha para você e te compreende,
mas não te entende.

Reinaldo da Silva dos Santos
25/11/2011

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

E quando...

E quando se esgotarem minhas palavras?
Ainda restaram nossos sorrisos...

E quando se esgotarem nossos sorrisos?
Ainda restaram nossos olhares...

E quando se esgotarem nossos olhares?
Ainda restaram nossos sentimentos e o fogo da paixão...

E quando tudo isto se acabar?

Ainda restará o tempo e o destino.
Só eles tem as respostas para o momento presente.
Já que foram eles quem nos aproximaram.
E só eles tem o poder de nos separar.
Ou, nos reaproximar definitivamente...

Qualquer sentimento, que nasce e cresce
puro e verdadeiro, precede o tempo.
Supera qualquer amargura e dor...
Causadas pelas impurezas
e pelos poréns da vida..

Reinaldo da Silva dos Santos.
22/11/2011




sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Devaneios

"Minhas palavras não são para impressionar, ou 'conquistar' pessoas, são apenas um raio-x, dos meus sentimentos em algum momento presente da vida. Minhas palavras não falam somente de dores e tristezas".

Reinaldo S.S.


























DEVANEIOS

E ele lembrava de você
Você estava ali...
Você estava nos seus pensamentos...
Você era seus pensamentos...
Você era seus sonhos...
Seus medos...
Sua esperança...
Suas dores...
Sua Paixão...
Sua vida.

Você está no seu sangue,
Que correm nas veias daquele que
sonhou com você na madrugada...
E acordou de manhã confundindo
Sua vida com os sonhos...

Você não estava ali...
Como não esta lá agora,
porém de todos os cotidianos da vida,
basta chamar teu nome e ele estará lá...
Como parte dos seus sonhos...

Reinaldo da Silva dos Santos
11/11/2011

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Divagações

Ir ao contrário da mão da vida,                        
dos nossos cotidianos,
revelam conflitos que jamais seriam vistos
se permanecêssemos sempre em nossa zona de conforto.

Eu sei que não os procuro há dias, semanas, meses e anos.
Sei erro meu.
Mas não se esqueça, 
meu mundo começa aonde termina o seu.

Na convergência de nossas vidas falhei,
tenho falhado, tenho me isolado do mundo,
...Mas não se esqueça que talvez um dia,
Esta pessoa que você tanto gosta, ou quer em sua vida,
Não os procura... Pelo simples fato de necessitar de sua presença.

O silêncio de um homem não é sempre
desprezo, indiferença e falta de consideração.

O mundo tem sempre respostas para tudo.
Porém esta surdo, para suas principais perguntas e questionamentos,
Que só podem ser encontrados...
No interior do coração de cada homem.

Reinaldo da Silva dos Santos
14/11/2011


Um dia em sua vida
Composição Michael Jackson
Tradução em: http://letras.terra.com.br/michael-jackson/74020/traducao.html

Um dia em sua vida,
Você se lembrará de um lugar
De alguém tocando o seu rosto.
Você irá se volta e olhará em sua volta, você vai...
Um dia em sua vida
Você se lembrará do amor que encontrou aqui
Você se lembrará de mim de alguma forma
Embora não precise de mim agora
Eu ficarei em seu coração
E quando as coisas desmoronarem
Você se lembrará um dia...
Um dia em sua vida
Quando você souber pelo que sempre esteve esperando
Por um amor que nós costumávamos dividir
Apenas chame meu nome, e eu estarei lá
Você se lembrará de mim de alguma forma
Embora não precise de mim agora
Eu ficarei em seu coração
E quando as coisas desmoronarem
Você se lembrará um dia...
Um dia em sua vida
Quando você souber pelo que sempre esteve sozinha
Por um amor que nós costumávamos dividir
Apenas chame meu nome, e eu estarei lá...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

"O que era uma impressão, uma janela para ver o mundo, tornou-se um sentimento mais forte e mais incômodo com o qual não sabia o que fazer, já que estava tomando dimensões desproporcionais em sua vida."
Ruth Silviano Brandão.




quinta-feira, 20 de outubro de 2011

"Polaroid do meu tempo"

Não me escondo atrás das palavras, pelo contrário, é através das palavras que me revelo para o mundo, porém, só conseguirá enxergar aqueles que se despirem de seus conceitos e pré – conceitos, vícios e ingenuidades da vida, para enxergar o que não se esconde nas palavras, mas o que esta ali, diante dos nossos olhos.
É preciso entender que não sabemos nada, e quando pensamos que conhecemos algo ou alguém, ai começa, nossos equívocos, os esquemas foram feitos para explicar esquemas, talvez ai moram os perigos...

“Minhas palavras são fugas para solidão
aonde eu revelo os meus mais puro e íntimos
sentimentos, uma "Polaroid” do meu tempo.
Nestas palavras eu não me escondo, ao contrário me revelo.
Basta ter “olhos” para enxergar...

Reinaldo S.S.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

No dia em que calarem minhas palavras.
Calam o meu último suspiro de vida.
Vocês não me vêem passar, 

mas eu estou sempre ali...
No cotidiano dos dias...
A lhes observar...

Reinaldo S.S.



domingo, 16 de outubro de 2011

"Eu preciso urgentemente me achar...Te achar...Me achar , Te reencontrar... 
Quantas vidas terei que viver...Para ter de novo a companhia do teu carinho e teu sorriso...
Manhãs calmas e serenas, sempre me trazem sua presença, ai recomeço...Mais um vez.
Até quando..."
Reinaldo da Silva dos Santos.


Pedaços

Poema das dores,
das coisas que vivi, 
da inércia dos meus sentimentos, 
da covardia do meu silêncio.


Minha solidão disfarçada pelo silêncio 
não revelam coisas sobre mim,
revelam um buraco das minhas próprias magoas,
magoas, pois sinto mais dores de emoção,
que encontram cura na solidão do mundo...


Alheio ao mundo vivo hoje,
logo eu que sempre senti   o mundo, 
que sempre fui ousado, me posicionei,
mesmo que isto me levasse ao romper com meus pares.


Pares eu...Vivo sozinho...
No silêncio do meu quarto...
Na varanda do meu mundo. 


Os sentimentos, as paixões, as teorias, tudo aquilo, ou isto,
que me traziam respostas e me alimentavam a alma, 
passam na minha retina como a velocidade do tempo.
Quando me vejo sozinho... Perante as dores alheias, me paraliso.


Eu estou aprendendo a viver sozinho...
Na solidão das minhas palavras...
Na farsa ilusão do sorriso e das palavras...
Aprendi a ver como me vêem, ou eu penso que me vejam...
Um momento de trabalho, um momento de diversão, um momento de vida...


Talvez aprendamos a ver a vida por novos olhares...
Hoje eu vejo a minha daqui...
"Do meu apartamento, do meu quarto, da minha varanda..."
Fui sempre contra a olhar por novos olhares, 
sempre confiei em mim, em minhas essências. 
Quando vejo com outros olhares, eu mato o mundo, eu me mato a cada momento...


Eu não sinto sua falta. 
Pois mesmo inconsciente, 
não vivo mais sem você...
Apenas automatizei meus dias em uma rotina que disfarça minha dor...
Novos lugares, novas paixões, novas ilusões...
Eu aprendi a passar os dias, alheio a tudo, eu sabia, ninguém notaria, mas...
Eu sempre te disse, que seria difícil viver ser sem você.
Sem ter mais a certeza que estaria ali,  com a certeza de você não mais voltar...


Hoje eu penso...
Que mesmo que não possamos ser...
Eu não existiria sem você...


Sempre que eu pensar em você....
Sempre que eu disser de você....
Estarão manchas em minha alma...
Eu jamais seria o exemplo que você foi.
Você não viveu e nem foi, você apenas foi.
Construiu, plantou, colheu... Seu nome precede o tempo...


E eu, entre tantas palavras... Faço tudo ao mesmo tempo...
E vejo o tempo passar pelas janelas dos meus olhos...
Meus sonhos se realizam em meu imaginário...
Imaginação não é fantasia... Quem sou eu!


Apenas pedaços de construções de sonhos e exemplos.
Pedaços que juntados, não dão um projeto de uma vida.


Eu não fiz nada pelo mundo, 
portanto eu não fiz nada por mim...
Hoje eu não preciso ser o melhor de mim, ou dos outros...,
eu apenas preciso ser Eu...


Reinaldo S.S.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Liberdade/Ilha


"A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio."
Martin Luther King Jr.



...Sempre que eu ando me sinto perdido por ai...Quando eu te vejo...Me encontro, e as dores do mundo, transformam-se em calmaria... ai me sinto com a vontade de recomeçar de novo... 
Só pelo simples brilho do seu sorriso...

BH, dia 30/09/2011
Reinaldo da Silva dos Santos



Liberdade/Ilha

Eu olha para você
e não me sinto mais
uma ilha.

Você me liberta
dos meus erros  e de minhas falhas,
com você eu liberto o meu mundo.

Porém, na liberdade deste navegar
não consigo ficar longe
sem estar contigo nesta ilha...

...Aqui, ali, ou em qualquer lugar.
Preciso desta liberdade que nasce no meu coração
ao sorriso do seu olhar...

Apaixonar é preciso...

Reinaldo S.S.

sábado, 17 de setembro de 2011

Das Esperanças

"Aos filhos da modernidade, por favor...
Por mais que seja difícil...Devagar, por favor...
Deixa-nos respirar."


Hoje eu te olhei através
da janelas do seu mundo
e pude ver que toda a dor
nascia da cadeia de nossos desesperos.


Em meio Paz, vi corpos
pelos caminhos...
pedaços da nossa solidão.


Pedaços da minha dor,
em meio a dor nascia a esperança,
e desta esperança nascia você...
pedaços de mim...
parte de mim...
dos meus  sonhos
da minha luta...


Por ti ofereço este momento...
te ofereço a mim...
como parte do meu  todo
que eu não sei explicar.


No descompasso do meu pensamento
nasce a esperança
como materialidade da vida
que queria viver com você...
aonde nasceria atitudes...
mais que palavras...
porem sou poeta.
E em todas minhas vozes;
Nasceria um poema,
na expectativas de sua presença.


Reinaldo S.S.

PS! Como estes versos que nascem do caos da momentâneo em meio a alegria;
transmite para nos esta canção,  do poeta da canção que se faz livre em suas palavras,
que reflete a dor como redenção e memoria...
Ainda que falha...Nos torna e forma que somos...Em nossa essência.


Luz Maior
João Nogueira

Esta dor que sangra a gente estanca 
Pois o próprio mal também se cansa
O punhal que fere a gente arranca
Basta não perder a esperança
Manter acesa a fé e não olhar pra trás
Que a barra da maré vai trazer a paz
Manter acesa a fé e não olhar pra trás
Que a barra da maré vai trazer a paz

 É resistir enquanto o vento
Mais empurra contra o cais
É renascer se o velho sonho se desfaz
O dom do acontecer, saber se levantar
Deixar correr que novas águas vão rolar
Quem dá a mão, quem faz o bem
Quem tem amor pelo que faz
Sabe pedir quando não tem
E dividir se tem demais
Pra ter a luz maior, a força de um clarão
Sempre brilhando no seu coração

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Um ano

… Depois do silêncio volto aqui para falar daquilo que já se silenciou no coração de muitos e que caiu no esquecimento. Ao fim do seu fim percebi coisas que até aquele instante preferia não acreditar, me revoltei, chorei em meu silêncio, me isolei, vi realmente as pessoas que te amavam de verdade e eram e são seus amigos de verdade.
Muitas palavras teria eu para te dizer agora, e as vezes se misturam com minhas angustias e frustrações, vitórias e derrotas da vida...Um ano se passou que você se foi... é, que você se foi, prefiro dizer e pensar que você esta aqui, mas não podemos mais nos vermos e nos encontrarmos...Algumas pessoas não morrem, só apenas não temos mais a possibilidade de velas ou tocá-las fisicamente, pois estarão sempre, como você sempre esteve e estará marcado em meu coração. Sangue do meu sangue que corre na minhas veias e alimenta a minha alma...
Saudades eternas...

Reinaldo S.S.


Poema de Finados

Amanhã que é dia dos mortos
Vai ao cemitério. Vai
E procura entre as sepulturas
A sepultura de meu pai.

Leva três rosas bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
O filho tem mais precisão.

O que resta de mim na vida
É a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero.
E em verdade estou morto ali.

Manoel Bandeira

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011


A partir daqui não explico mais a reflexão dos meus poemas.
As palavras, a linguagem literária, já falam por si.
Por tanto...

Desculpe

Desculpe...
Por tentar ser feliz.
Quando eu te disse que a busca 

dos meus sonhos me deixava feliz.
Recebi o seu desprezo...
Me tornei mais um

em meio a multidão do mundo...
Desculpe...
Por não sonhar os seus sonhos.
Por sonhar meu sonho.
Na verdade o que sempre nos uniu foi os nossos sonhos...
Pois eram nestes sonhos...
Que nos completávamos...
...éramos um... só, Sonho...

Reinaldo S.S.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Conceitos...
PS! Regra de ouro da Poesia:
Separar o Sujeito Poético (Voz poética, Eu lírico)
do Sujeito empírico (Pessoa do Poeta).
Eles não são a mesma pessoa,
por mais que a poesia nos revele...
(grifos meus)
  
VERSOS DE MIM III

As vezes me perguntam,
“Por quem eu luto e sonho?”
Penso e digo, que não luto e não sonho por ninguém...
Hoje não...
Na verdade luto e sonho para me manter vivo a cada dia,
e penso que esta e a única razão que mantém vivo.
Vivo a cada dia de frente para o muro do mundo,
mas tenho a certeza que ele esconde paisagens...
E tudo aquilo que tenho em essência...
Complexo... Claro!
Eu sou complexo...
Porem, quem não tem o seu muro interior.

REINALDO S.S. 30/08/2011

sábado, 27 de agosto de 2011

Do outro lado da rua

Não me olhe pelo outro lado da rua...
Quando me vê, não me vê.
O que você  vê são suas próprias convicções
cruas e duras da vida.

Não me olhe pelo outro lado da rua...
Não me olhe com esses olhos...  
Olhos que julgam, que acusam, que condenam...

Não me olhe pelo outro lado da rua, 
não me pergunte de outro lado da rua.
As vezes é melhor ser sozinho no mundo,
já que você e o mundo,
já tem todas as razões e respostas...

Não me olhe do outro lado da sua rua,
neste comboio do tempo, chamado solidão...

Autor: Reinaldo da Silva dos Santos
Em 27/08/2011



Alvaro Campos
Lisbon Revisited
(1923)

NÃO: Não quero nada.  
Já disse que não quero nada. 


Não me venham com conclusões!  
A única conclusão é morrer. 



Não me tragam estéticas!  
Não me falem em moral! 



Tirem-me daqui a metafísica!  
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas  
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —  
Das ciências, das artes, da civilização moderna! 



Que mal fiz eu aos deuses todos? 


Se têm a verdade, guardem-na! 


Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.  
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.  
Com todo o direito a sê-lo, ouviram? 



Não me macem, por amor de Deus! 


Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?  
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?  
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.  
Assim, como sou, tenham paciência!  
Vão para o diabo sem mim,  
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!  
Para que havemos de ir juntos? 



Não me peguem no braço!  
Não gosto que me peguem no braço.  Quero ser sozinho.   
Já disse que sou sozinho!  
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia! 



Ó céu azul — o mesmo da minha infância —  
Eterna verdade vazia e perfeita!   
Ó macio Tejo ancestral e mudo,  
Pequena verdade onde o céu se reflete!  
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!  
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta. 



Deixem-me em paz!  Não tardo, que eu nunca tardo...  
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!