quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Considerações de um sonhador que viu a realidade por um segundo...


"Amar o perdido 
deixa confundido 
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
 apelo do não."

 Memória - Carlos Drummond de Andrade
                                                                                     


Tapetes da vida...
Aprendo a olhá-los como pedras pontiagudas que aprendemos a pisar.
Quanto tempo de reflexão e de vida, para tapas que nos mostram a cada dia que esta vida é sonhos de poucos e desilusões de muitos.
Os sonhadores aprenderam a edificarem castelos quixotescos.
Os insensíveis e verdadeiros vilões continuam a se beneficiar e crescerem por crescerem, não contribuem para nada no mundo a não ser para seus próprios benefícios.
Enquanto nós? 
Nos decepcionamos achando e lógico vivendo na esperança de dias melhores...Normal é este nossa mola motora, vivermos de esperança e sonhos, até que um dia acreditamos em alguém. 
Alguém??? Alguém são alicerces de vida aonde depositamos nossos sonhos e como último sopro de vida queremos salvação e como qualquer sonho desesperado que se perde sentido  no meio do caminho nos apegamos  a ele. 
Por pura ironia e contra o apelo do não, não queremos acreditar...Perdas não. Não fomos criados para  as perdas. Não fomos criados para o não.
?
Sim  podemos crescer, devemos crescer, somos homens e mulheres do futuro...
Coração, sentimento...O que?
Que bobagem...
Nas rodas da vida o coração é um ser de segundo plano, mas no travesseiro se torna companheiro incondicional:
Que nos ouve, no silêncio de nosso ser.
Vejo silêncios, sorrisos e alegrias. Nos adoentamos a cada momento...
Beleza, força, esteriótipos. Assim construímos nosso mundo.
Aqui, ou em qualquer cidade do mundo...Me vejo naquelas pessoas na ruas, viadutos e cantos desta cidade...E penso o que lhes fizeram para pararem ali. 
Falta de uma palavra, ou ausência de uma palavra?
Sabe porque... A ausência de uma palavra, gesto ou ação de confiança. Ditam indiferenças.
Dizer que é culpa da vida é fácil... 
Para o progresso e crescimento da vida pessoal e profissional não existe obstáculos para o simples apelo de não...
Ouviremos os "nãos" de nossas vidas...
Cuidamos do externo e números, racionalidade da vida...E deixamos morrer nosso interior...
É tempo de Renascer...

Reinaldo S.S.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Palavra

Neste ano tive a oportunidade de criar este blog, na intenção de que minhas palavras pudessem de alguma forma levar as pessoas as reflexões. 
Recebi de forma direta e "indireta" muitas palavras amigas de força e muitas "outras palavras" de pessoas que levaram tudo para o lado pessoal, que não entenderam o significado das palavras que eu havia escrito...
Como se eu fosse o dono das palavras.

A cada dia tenho mais certeza que não sou o dono das palavras.
Percebo o quanto tem muitas pessoas que não dão valor a elas, o seu poder, e o que os outros nos dizem.

Portanto minhas lacunas(espaços de tempos em que deixo de postar poemas e textos neste blog, poemas que não foram publicados, que eu fiz a mais de 15 anos, que só esperam ser corroídos pelo tempo e pelas traças, guardados na gaveta de meu quarto, que também representa esta lacuna, esta minha fuga do mundo, nos momentos de profunda tristeza, mágoa e angústia). 
Esta lacuna? São ausência das minhas palavras.

Ausência de palavra, e pensar que Clarice Lispector  disse certa vez que:
 " A palavra é meu domínio sobre mundo".

Este semestre tive contato com este poema do Poeta Português Mário Cesariny, no dia confesso a vocês que  minha alma e meus olhos se encheram de lágrimas e  eu o defini nestas palavras "como um dos maiores poemas que eu li e ouvi em minha vida". Porque? Não achei palavras para difenilo...Porque??? Não sei...
"Não! Eu sou o que você vê? Afinal como o mundo me vê?"

R.S.S.

You are welcome to elsinore

"Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte   violar-nos   tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas   portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita

Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar"

Mário Cesariny (1923- 2006)



segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

"Não pergunte qual é o problema de alguém, quando na verdade você pode ser a solução para todos os problemas".

R.S.S




segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Advento

As vezes nas desilusões de nossos sentimentos
procuramos respostas nas mais diversas perguntas.
Puro enigma do tempo,
um tempo que se faz agora aqui no presente 
no momento em que lê estas palavras.
'As palavras vieram em forma de poesia nestes últimos poemas postados.'
Talvez agora fim de mais um ano, 
seja hora de engajarmos nossos sentimentos
em propostas reais, que não se limitem apenas ao interior de um,
mais um coletivo que nasce no coração de cada um de nós.
A poesia para...? 
Não.

A poesia é a vida
a vida é a paixão.
Então porque não vivermos 
a cada dia com paixão, e
que esta paixão transforme em amor
a cada esquina do mundo.


Quando eu olho nos seus olhos
eu vejo o passado, o presente e o futuro.
Porém me questiono:
Quem sou eu de verdade.
Quem serei eu de verdade.

Palavra...Silêncio do mundo.
" Às vezes precisamos ouvir o silêncio"

Reinaldo da Silva dos Santos.
05/12/2011